Com algum tempo de Japão, você se dá conta da quantidade excessiva de pessoas para fazer um serviço que, a principio, você não imagina que possa ser feito por mais do que uma pessoa.
Fico imaginando que isso pode ser um das causas do encarecimento dos preços, pois afinal são mais salários pra pagar.
A visita na Torre de Tóquio, por exemplo.
Na entrada, ainda na rua, você vê alguns guichês, todos com pelo menos uma pessoa no caixa, quando não duas.
Junto deles, do lado de fora, outra pessoa que sorri, enquanto você está pagando pela entrada.
A função dela é sorrir. Quase sempre moças jovens, de aparência agradável e submissa (a parte da submissa é a minha imaginação…)
Quando do lado de dentro, outro funcionário vai lhe indicar o início da fila, que desemboca nos elevadores.
Num dia de muito movimento, a fila dá voltas e mais voltas, ordenada por um caminho feito por balizas e fitas, e em cada curva há um homem de pé, observando, para evitar que a fila pare.
(Note, não é um segurança! Esta coisa de segurança ainda não existe aqui e quando existe, é um senhor bem velhinho e desarmado.)
Ao final da fila, duas belas funcionárias uniformizadas e... sorrindo.
Uma vai pedir que você se aproxime o máximo possivel da pessoa à sua frente, e outra irá determinar quantas vão subir por vez.
Há uma terceira, afastada, observando o trabalho destas duas.
Uma supervisora geral.
O elevador se abre e dentro, surpresa, uma mocinha vai segurar a porta com a mão, apenas por uma formalidade, pois há outra dentro, próxima ao painel de comando, aguardando que todos entrem.
No andar do observatório, uma outra aguarda que você saia do elevador, fazendo gestos que parecem conduzi-lo até as janelas panorâmicas.
Circulando por ali, ou parados em pontos estratégicos, outros funcionários sorrindo e oferecendo panfletos e fazendo saudações.
Assim é fácil ter a menor taxa de desempregados do mundo!
Acho que isso se deve também, à uma antiga mentalidade de que custos altos mantêm as pessoas em seus trabalhos, provável consequência dos anos seguintes ao final da guerra, quando o Japão precisava criar empregos rapidamente, mesmo que com funções redundantes.
  
Mas afinal, numa sociedade que coloca robôs para realizarem trabalhos pesados, é de se esperar que sobre gente suficiente para o trabalho de sorrir e ser agradável com turistas.
sábado, 19 de julho de 2008
Esquema formigueiro
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