domingo, 20 de julho de 2008

Perdido?


Dizem que o desenho das ruas estreitas de Tóquio foi elaborado para resistir a uma invasão.
Dos lugares onde estive, Ginza é uma exceção a esta ‘regra’.

Parece dizer: ‘Quem venham os bárbaros com seus cartões de crédito!’

Não tive dificuldade em andar por Tóquio, muito por conta do uso de mapas que baixava do Google Earth, e de usar as estações de metrô como referência para localização.

Mas com certeza, no dia a dia não deve ser tão fácil assim, pois não existe no Japão, como estamos habituados, uma numeração objetiva.

Um endereço é constituído pela província (terminação ken, to ou fu) ou a cidade (shi, to, fu ou gun), o bairro (sho, ku ou machi) e o nome do prédio ou um número, ou um lote ou quadra, ou um lugar importante, ou sabe-se lá o que!
E isso varia conforme a região.

Portanto, o endereço do clube noturno OTO (a melhor black music de Tóquio, segundo a filipeta que me deram na rua):

Tokyo-to Shinjuku-ku Kabuki-cho 1175 2F

Cidade de Tóquio, bairro de Shinjuku, ‘quadra’ kabukisho, número 1175, segundo andar.
Eu acho...

É como se nos aproximássemos pelo zoom de um satélite em órbita da Terra.

Região, distrito, bairro, vizinhança e BUM... chegamos!

Uma maneira de reconhecer os locais está vinculada ao uso da arquitetura luminosa.
Os néons e outdoors brilhantes que caracterizam este ou aquele prédio, esta rua ou aquela, como uma nova maneira de identificar os lugares.
Um viajante como eu, que conhecia os lugares apenas por fotografia, só me dei conta de ter passado por Omotesando, quando vi uma fachada que reconheci, dias depois, numa foto noturna.

De dia era irreconhecível.
(Imagine Blade Runner à luz do sol... sem graça né?)

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