sábado, 19 de julho de 2008

Cemitérios japoneses e o Bon odori

Os cemitérios japoneses competem com os campos de baseboro por espaço.
É possível encontrá-los nos cantos mais suspeitos, enfiados entre prédios, atrás de galpões, espremidos em lugares mínimos.





Em alguns deles dá para ver pratos de comida diante das lápides.
Li não sei onde que hoje é uma prática proibida por lei. O medo das autoridades é que venham a alimentar as aves, favorecendo o crescimento das populações de pombos e gralhas, causando um desequilíbrio ecológico.

Este hábito de ofertar comida aos mortos, vem de um sutra budista.

O monge Mokuen, ao saber que a mãe morta, sofria de fome no inferno, ofertou-lhe uma tigela de arroz para aliviar a sua dor. Porém, cada vez que a mãe colocava um pouco de comida, o alimento se transformava em fogo e queimava sua boca.
Mokuen pediu a Buda que ajudasse a aliviar a dor e o sofrimento de sua mãe.
Buda então aconselhou-o no dia 15 de julho, manter todos os monges da localidade enclausurados dentro de um grande mosteiro, para que eles ficassem, pelo menos por um dia, sem pisar nos pequenos insetos e nas flores.

No dia combinado, Mokuen chamou todos os monges da região para o grande mosteiro, dizendo que lhes ofereceria um banquete em homenagem à sua falecida mãe.

Foi feita tanta comida que os monges passaram o dia inteiro comendo, bebendo e cantando, e ninguém se lembrou de sair do mosteiro.
Quando o dia terminou, o espírito de sua mãe apareceu para ele, transformada em um ser do 6º Plano Astral. Ela estava iluminada e tão leve que chegava a flutuar.

Ao ver sua mãe iluminada e flutuando como um chouchin (lanterna japonesa) ao vento, Mokuen ficou tão feliz que começou a dançar de alegria.

Os monges, que estavam alegres (o que a bebida não faz...), gostaram da dança de Mokuen e saíram dançando atrás dele. Acabaram por formar uma grande roda, simbolizando o círculo da felicidade.

Assim surgiu o bon odori, como dança que faz homenagem ao espírito de pessoas falecidas.

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