Duas experiências que me fizeram ver a importância extrema que é dada, quanto à relacão entre vendedor e cliente.
Precisávamos comprar uma refeição para ser feita no ônibus, pois seguiríamos sem perder tempo para outra cidade e portanto paramos num kombini de estrada, acho que um 7-eleven.
Depois de invadirmos o lugar como gafanhotos famintos e termos esvaziados as prateleiras, voltamos com nossas sacolas abarrotadas para o ônibus, que esperava com motor ligado.
Só ao me sentar, percebi pela janela que TODOS os funcionários do mercado, estavam ao lado de lado de fora, na calçada, acenando e se curvando e agradecendo por termos escolhido fazer as compras ali.
E ficaram para trás acenando, depois que o ônibus já ia longe.
Fiquei sensibilizado com a cena.
Outra foi ao longo da viagem, perceber que havia um ritual, que nunca me foi explicado e que nunca vi dissecado em nenhum site sobre costumes japoneses que li.
Um ritual sobre como se deve pagar pela mercadoria.
Praticamente a coisa se dá da seguinte forma:
Você leva ao caixa o produto que deseja comprar.
O atendente na caixa agradece e registra o produto e fala alto o valor a ser pago (imposto incluso).
Você então deposita o valor em uma bandejinha, normalmente de plástico ou laca, que fica ao lado do caixa, sobre o balcão. 
Note que você não entrega o dinheiro, mas coloca na bandeja.
E se por exemplo, está faltando dinheiro, o atendente aguarda.
Ele só vai pegar o dinheiro da bandeja quando você der por entender que todo o valor se encontra nela.
Depois disso, o atendente fala em voz alta o valor que você entregou e faz o registro.
Em seguida, se houver troco, ele repete em voz alta o valor do troco e o deposita na mesma bandeja.
Só ao terminar de por todo o troco, você deve pegá-lo.
Também percebi que este ritual não se dá sempre da mesma maneira, pois no começo eu não havia me tocado da bandeja e entregava o dinheiro diretamente.
Existe uma imennnnnnsa diferença, que para nós, como sempre, passa desapercebida, em como você entrega ou pega, o que quer que seja.
Isso depois ficou visível na expressão do atendente.
Usar as duas mãos é o esperado, nunca uma só.
E ao devolver o troco, o atendente devolvia primeiro as notas (com as duas mãos) e depois as moedas; sendo que primeiro ele colocava uma das mãos por baixo da sua, para garantir que a moeda quando solta, não vai cair, e gentilmente então, ele com a outra mão, solta as moedas, quase que carinhosamente.
Uau.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Okyaku-san (honorável cliente)
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